Temperamento, personalidade, vontades e “egocentrices”. Melhor ter isso demais ou de menos nos nossos filhos? Aqui em casa já dá para desconfiar, né!

Minha filha é um serzinho de nem três anos. Um tisco de gente, pitoquinha que depende de pai e mãe. A despeito disso, ela jura que se manda e decide a própria vida. Esses dias, para você ter uma ideia, tínhamos tirado os pesos de porta do lugar para não atrapalhar e ela tropeçar sem querer. Quando a pequena viu os dois pesos (que são decorados como bonequinhas de pano) num canto, ela pegou ambos no colo e teve a manha de dar uma bronca na mamãe!

Ela é daquelas que coloca uma mão na cintura, levanta o dedo indicador da outra e levanta as sobrancelhas para falar “eu já não te disse que não era pra fazer isso?”. Pode, Arnaldo?! Isso sem falar da última expressão favorita dela:

- O quê?!?! Eu não admito!!!

Mas, apesar de vislumbrar um pequeno inferno particular quando filha a mãe estiverem na TPM ao mesmo tempo, eu me divirto! Toda cheia das vontades, dos caprichos, ela me deixa aliviado numa das coisas que mais me preocupo quando vejo crianças e adolescentes: pessoas que não demonstram personalidade.

Resumindo a ópera, você prefere um homem de personalidade forte ou um banana ao seu lado? Você prefere uma mulher de opinião própria ou uma songa-monga? É mais ou menos isso! Enquanto ela vai mostrando as asinhas, nós vamos mostrando a ela os limites a serem respeitados. Ela pode dizer o que quer, mas tem de entender que no fim nós decidimos quando necessário. Ela pode expressar sua opinião, mas não é ela quem manda.

Li certa vez que o mais desafiador na educação dos filhos não é impor limites, mas ensiná-los a transpor os limites que a sociedade impõe. Talvez seja isso. Ensinar a filhota a saber o que quer, o que sente, o que pensa… e também fazê-la aprender a ler o ambiente pra saber quando lhe cabe expressar.

Voltando a realidade de uma criança de menos de três anos… a novidade é que ela agora quer escolher as próprias roupas quando vamos sair!

- Filha, vem cá colocar essa roupinha pra sair!
– Não, mamãe. Essa não.. eu quero aquela!
– Qual? Essa?
– Não! O vestido que é mais comprido!

E lá vai ela, contra a vontade da mãe, com o vestido comprido que ela consegue girar para fazer voar igual princesa. Posso com uma coisa dessas?

fonte: http://paismodernos.com.br